Emprego público ou privado, qual a melhor escolha?
Escolhas podem ser irreversíveis, mas qual caminho o caminho tem sido escolhido pelos jovens?
É cada vez mais cedo que os jovens são "empurrados" a fazer escolhas importantes para o seu futuro. Aos 16 anos ele é cobrado no ensino médio sobre a profissão que quer seguir e, em alguns casos, se frustra perante a profissão e procura um novo caminho.
É cada vez mais cedo também que os jovens têm que optar sobre suas carreiras. Este é o tema que o artigo “Decisão de escolha de carreira no Brasil: uma abordagem por opções reais”, de Matheus Silveira Catauli dos Santos, Luiz Eduardo Teixeira Brandão e Vinicius Mothé Maia, trata.
Esses autores observaram os desafios e qual o caminho que tem sido tomado na escolha da carreira, tanto no setor público quanto no setor privado. Buscaram "analisar a decisão profissional de universitários recém-formados no momento de escolher entre uma carreira na área pública ou na privada, considerando-se o valor da flexibilidade da troca futura da carreira privada pela pública".
Com isso, buscaram "identificar os fatores que direcionam a escolha da carreira para que o indivíduo, o órgão público e as empresas privadas conheçam os motivadores dessa decisão, além de determinar a regra de decisão ótima que leve alguém a fazer a opção pela carreira pública".
Para delimitar o que vem a ser carreira pública, os autores classificaram as mesmas em dois tipos (1 e 2), com base nos "aspectos financeiros mais relevantes". Nesses tipos, incluíram órgãos/empresas públicas como: ANA, ANAC, ANEEL, ANTT, ANP (e as outras Agências Reguladoras), Banco Central do Brasil, CVM, SUSEP. Também incluíram carreiras específicas, como Analista de Finanças e Controle e Analista de Planejamento e Orçamento.
Na caracterização do setor privado, por sua vez, os estudiosos utilizaram alguns critérios para expressar relevância. Assim, é dito que "a remuneração no setor privado envolve uma série de variáveis, como cargo ocupado, porte da empresa, experiência e desempenho do profissional, desempenho da empresa e seu ramo de atuação".
Carreira Pública X Carreira Privada: pontos e contrapontos
De acordo com os dados conclusivos do artigo, a carreira pública tem sido a escolha predominante, não apenas dos recém-formados, mas de grande parte da população brasileira. E a remuneração é o fator decisivo nessa escolha.
Apesar disso, existe o tempo investido para alcançar o objetivo que, em média, de acordo com estudo, é de dois a três anos.
Já o setor privado, apesar das suas incertezas e salários que variam, a depender do porte da empresa, é aquele que consegue absorver o profissional mais rápido.
Dessa forma, embora a carreira pública tenha um valor significativo para o profissional, em relação à carreira privada, aquele que acabou de se formar acaba sendo atraído, pela facilidade, para a carreira privada.
Além disso, o bom profissional de empresa privada acaba vendo os seus vencimentos aumentados ao longo dos anos.
Como se não bastasse, ainda existe a possibilidade de, a qualquer momento, tentar viabilizar a entrada em um órgão público. Então, ele permanece no setor privado, crescendo e se especializando.
A entrada no setor privado costuma ser imediata porque, apesar de ganhos incertos no setor, quando se pensa em carreira no setor público ela é, em grande parte, irreversível, já que demanda esforço e tempo de estudo e preparação.
E, apesar de muitas vezes o servidor estar insatisfeito com o emprego ou o salário, aquele emprego ainda lhe é uma garantia de estabilidade.
Assim, o graduado ingressa de imediato na carreira privada e, não alcançando sucesso profissional, migra para a carreira pública.
Isso acaba tornando o setor público um local com servidores mais velhos e sem muita qualidade profissional, já que os melhores são absorvidos pelo mercado de trabalho privado, pelos altos salários ofertados e pela qualidade dos serviços prestados.
E, no final das contas, não é o profissional que escolhe a sua posição no mercado de trabalho. É o meio que acaba definindo onde ele estará inserido.
Veja a íntegra do artigo aqui. (Rev. Adm. (São Paulo) vol.50 no.2 São Paulo abr./un. 2015).
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