(VUNESP - 2014 - MPE-SP - Auxiliar de Promotoria) - Leia o texto para responder a questão.
Chuvas com lembranças
Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros quenem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, àstontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, ecada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céucinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...) Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quantagente estará suspirando por um raio de sol! Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molhamcabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entrampelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dosexercícios! Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nemos ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quandoapenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelosrelâmpagos. Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro doCastelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiucaminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete diasas igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotese o povo a pedirem a misericórdia divina. Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruasigualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarempelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente! Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, quenem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelaspoças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor ecéu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantascoisas liam, outrora... “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”
(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)As informações do primeiro parágrafo – Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros… – e – Os meninos olham para o céu cinzento… – mostram que a chuva
(CERCON - 2011 - Prefeitura de Teotônio Vilela/AL - Recreador) - A frase em que a concordância não está de acordo com a norma culta.
(INAZ do Pará - 2017 - Prefeitura de Rolim de Moura - RO - Agente Comunitário de Saúde) - Assinale a alternativa em que todas as palavras estão ortograficamente corretas:
(VUNESP - soldado da Polícia Militar do Estado de São Paulo) - Leia o texto para responder à questão.
Vamos Acabar Com Esta Folga O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo. De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou: – Isso é comigo? – Pode ser com você também – respondeu o alemão. Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos. O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem para ele ali naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois de um norueguês etc. etc. Até que, lá do canto do café, levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os outros: – Isso é comigo? O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e... pimba! O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro. Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros. (Stanislaw Ponte Preta [Sérgio Porto], Vamos acabar com esta folga. Em: www.releituras.com. Adaptado) Nas passagens – um alemão forte pra cachorro – (2.º §) e – um inglês troncudo pra cachorro – (6.º §), a expressão “pra cachorro” é empregada com a finalidade de
(IBFC - 2018 - PM-PB - Soldado da Polícia Militar) - Ao observar as duas ocorrências do verbo “lembrar” em “Me lembro com clareza de todas as minhas professoras” (1º§) e “mas não consigo lembrar o quê” (2º§), nota-se que eles apresentam regências distintas em função:
(GUALIMP - 2020 - Câmara de Divino - MG - Auxiliar Administrativo) -
Delírios de Honestidade.
Outro dia eu estava pensando em como seria o mundo se ___ pessoas fossem realmente honestas. Inclusive no mais prosaico cotidiano. Eu me imagino entrando em uma dessas churrascarias de luxo. Sento-me ___ mesa e peço um filé bem passado ao garçom. Ele me alerta:— Não aconselho. O filé hoje está uma sola de sapato.— Peço o quê?— Peça licença e vá para outro lugar. Olhe bem o cardápio. Pelo preço de um bife o senhor compra mais de um quilo no açougue. Quer jogar seu dinheiro fora?Vou para outro e escolho: salmão. O garçom:— Se o senhor quiser, eu trago. Mas salmão, salmão, não é. É surubim, alimentado de forma ___ ficar com a carne rosada. Ainda quer?— Nesse caso fico com escargots.— Lesmas, quer dizer? Por que não vai catar no jardim?Ou então entro numa butique de griffe. Experimento um jeans, que está apertadinho na barriga. O vendedor aproxima-se:— Ficou bom? Ah, não ficou, não, está apertado e não tenho um número maior.— Acho que dá... ando pensando em fazer regime.— Pois compre depois de obter algum resultado. Se bem que não sei, não... essa barriga parece coisa consolidada.— Eu quero o jeans. Quero e pronto!— Não vou deixar que cometa essa loucura. Aliás, falando francamente, o que o senhor viu nesse jeans, que nem cai bem nas suas adiposidades? Só pode ser a etiqueta. Meu amigo, ainda acredita em griffe?Corro ___ casa de chocolates e peço um dietético. A mocinha no balcão:— Confia nessa história de dietético? Ou só quer calar ___ sua consciência?— E se eu quiser confiar, estou proibido?— Pois saiba que engorda. Menos que o chocolate comum, mas engorda. E o senhor não me parece em condição de fazer concessões a doces. Não vou contribuir para o seu auto-engano, jamais poria esse chocolate nas suas mãos. Vá ___ feira e peça um jiló.Resolvo trocar de carro. Passeio pela concessionária, escolho:— Este vermelho, que tal?— O motor funde mais dia, menos dia - alerta o vendedor.— Parece tão bonitinho...— Desculpe, mas você acha que a lataria anda sozinha? Já alertei o dono da loja, este carro está péssimo. Fique com aquele.— Mas é velho e horroroso!— Pode ser, mas anda. Está decidido, leve aquele. E não discuta!O embate com a honestidade absoluta também poderia ser uma galeria de arte.— Gostei daquele - aponto o quadro à marchande.— Está precisando de pano de chão?— Não... é que... bem, posso não entender de arte, mas achei bonito.— Sinceramente, o senhor não entende mesmo. Isso aqui é um horror. Não vale a tinta que gastou. Está exposto porque o dono da galeria insistiu. Leve aquele, é valorização na certa. — Aquele? É muito sombrio... eu queria alguma coisa alegre e ...— Não insista. Sombrio ou não, vou embrulhar. Faça o cheque, é melhor pra você.E numa loja de móveis? Mostro as cadeiras que me interessam. O decorador:— É amigo de algum ortopedista?— Está precisando de um? Posso indicar...— Você é quem vai precisar. Essas cadeiras vão desmontar na terceira vez em que alguém se sentar. Fratura na certa.— Caras assim e desmontam? Eu devia chamar o Procon.— Se quiser, eu chamo para o senhor!Pior seria alguma vaidosa querendo fazer plástica. O cirurgião examina:— Hum... hum...— Meu nariz vai ficar bom, doutor?— Se a senhora se contenta em trocar uma picareta por um parafuso, fica! Agora, se ambiciona uma melhora significativa, o melhor é morrer e reencarnar de novo. Pode ser tenha mais sorte.A paciente sai chorando. Eu, que vivo me irritando com vendedores, chego a uma conclusão: quero comprar o jeans que me oprime a barriga, o chocolate que não emagrece e o quadro colorido. Deliciar-me com as pequenas fantasias. Feitas as contas, delírios de honestidade podem transformar-se em pesadelos cruéis. Os pequenos enganos abrem as comportas dos pequenos sonhos e adoçam o dia-a-dia.
Walcyr Carrasco. O golpe do aniversariante. São Paulo, Ática, 1989.
O texto “Delírios de honestidade” apresenta uma suposição que nos faz imaginar como seria o mundo se as pessoas fossem realmente honestas. Portanto, de acordo com o narrador/personagem do texto, o que é possível inferir sobre a honestidade das pessoas?
(VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Agente de Endemias) - O time de futebol paraense Paysandu anunciou a criação do projeto Alegria do Povo, o qual, em parceria com o curso de serviço social da Universidade da Amazônia (Unama), selecionou torcedores para um programa de concessão de entradas gratuitas em jogos do clube.
Do outro lado, o também paraense Remo não ficou atrás. Em dezembro de 2018, a agremiação azulina reformulou seu plano de sócio-torcedor e incluiu a categoria Ouro Social, destinada a beneficiários de programas sociais como o Bolsa- -Família. Em apenas um mês, as 600 vagas da modalidade foram esgotadas. Nela, os torcedores pagam mensalidade de 30 reais e têm acesso garantido a todos os jogos. “Fizemos questão de não colocar nenhuma distinção na carteirinha de sócio”, conta o presidente Fábio Bentes. “Para cumprir nosso papel social é fundamental mostrar que todo torcedor tem importância.”
Na contramão dos clubes do eixo Sul-Sudeste, o preço do ingresso praticado pela dupla “Repa”, como é conhecido o clássico paraense, ainda se encaixa no orçamento de boa parcela de seus torcedores. Enquanto o Corinthians, terceira bilheteria mais cara do país, cobra em média 50 reais na Arena, Remo e Paysandu se mantêm estáveis na casa dos 20 reais.
“Quando jogamos contra times de outros estados, nosso trunfo é o apoio maciço do torcedor”, afirma Bentes. “Vamos provar que aproximá-lo do clube, não importa de onde venha, vale a pena.”
(Breiller Pires. A receita dos times do Pará para se reconectar ao povo e encher os estádios. https://brasil.elpais.com, 05.05.2019. Adaptado)
Segundo informações do texto,
( UNIUV - 2015 - Prefeitura de Sertaneja - PR - Agente de endemias ) -
Um Salmo(Adélia Prado)
Tudo que existe louvará.Quem tocar vai louvar,quem cantar vai louvar,o que pegar a ponta de sua saiae fizer uma pirueta vai louvar.Os meninos, os cachorros,os gatos desesquivados,os ressuscitados,o que sob o céu mover e andarvai seguir e louvar.O abano de um rabo, um miado,u´a mão levantada, louvarão.Esperai a deflagração da alegria.A nossa alma deseja,o nosso corpo anseiao movimento pleno:cantar e dançar o TE-DEUM.
Assinale a alternativa correta quanto à classe das palavras no verso, respectivamente, na sequência: “A nossa alma deseja”
(VUNESP - 2020 - AVAREPREV-SP - Escriturário) - Leia o texto para responder a questão.
Muito devagar e sempre
Um dos principais fatores a dificultar a retomada da economia nos últimos anos tem sido a exasperante letargia da criação de empregos. Apesar da elevada informalidade no mercado, há sinais de que a situação pode melhorar adiante.
Dados recém-divulgados mostraram a criação líquida de 157,2 mil vagas com carteira assinada em setembro, no resultado mais positivo para o mês desde 2013. Outra novidade é a geração em todos os principais setores, incluindo os mais atingidos pela crise, como a construção civil.
É verdade que os dados totais do mercado de trabalho, coletados pelo IBGE, contam uma história menos favorável. Mostra-se a criação de 1,84 milhão de vagas no período de 12 meses até agosto, com prevalência de ocupações na maior parte mais precárias (95% delas sem carteira ou por conta própria).
Nada menos que 41% da população ocupada está na informalidade, e outras cifras suscitam preocupação. A taxa de desemprego tem caído lentamente – na média do trimestre junho-agosto foram 11,8%, ante 12,1% no período correspondente do ano passado. A desocupação ainda atinge 12,6 milhões de brasileiros.
Embora o desempenho recente recomende cautela, os indícios são de continuidade na abertura de postos de trabalho. Uma coletânea de fatores pode impulsionar gradualmente a economia.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 22.10.2019. Adaptado)
Nas passagens – … contam uma história menos favorável… (3º parágrafo) – e – … e outras cifras suscitam preocupação… (4º parágrafo) –, os termos destacados significam, correta e respectivamente: